sábado, 28 de julho de 2012

Review de CD - City of Evil - Avenged Sevenfold

O site whiplash.net fez um Review do City of Evil , e que não pude deixar de postar aqui no blog, Hugo Alves autor do texto fez uma análise simplesmente incrível! 

De cara, o disco abre com uma paulada chamada "Beast and the Harlot" (considerada por muitos como seu grande clássico), com uma introdução mais que classuda, em que a guitarra de SYNYSTER GATES soa pura maldade, com o vocal rasgado de M. SHADOWS como pano de fundo. A seguir, o clima muda para algo inacreditavelmente rápido e pesado, graças ao ritmo frenético e incansável do saudoso ex-baterista THE REV. O tema não poderia ser melhor: retirado da bíblia, fala sobre Babilônia e a queda da respectiva. Algo comum no meio Heavy Metal, às vezes até clichê. Esta, entretanto, é uma daquelas músicas que provam que muitos clichês são necessários. Destaque para o belo solo de guitarra de SYNYSTER GATES e para as guitarras gêmeas que ele e ZACKY VENGEANCE desenvolvem nesta canção, algo digno de uma dupla como DAVE MURRAY & ADRIAN SMITH (IRON MAIDEN), por exemplo. Paulada que dita o ritmo do disco quase inteiro e merece o sucesso que conquistou.
Sem deixar a peteca cair, começa uma introdução de bateria que me remeteu a duas canções distintas: "Painkiller" (JUDAS PRIEST) e "Spread your Fire" (ANGRA), tanto pela levada da bateria sozinha como pelo ritmo. O nome desta é "Burn it Down", que permanece como uma das preferidas dos fãs. O vocal de M. SHADOWS nesta canção é predominantemente mais emocionante e melódico e menos rasgado e violento – algo que indignou boa parte dos fãs mais antigos, que apreciavam o Metalcore que a banda praticava até o segundo álbum. Por outro lado, essa mudança foi o que alavancou o grupo rumo ao chamado "mainstream", e fez com que conquistassem o mundo e continuem fazendo isso até agora. De qualquer modo, nesta canção o instrumental é mais duro, algo que contrasta com o já citado trabalho vocal, que mistura diferentes emoções: dor, tristeza, medo e, em alguns momentos, uma raiva explicitamente angustiante. Ou seja: música perfeita!
Já "Blinded in Chains" começa com uma breve batida tribal sucedida por um trabalho de guitarras dobradas em terças maravilhoso e um baixo marcante e importantíssimo para a levada da música – aliás, há de ser destacado o trabalho de JHONNY CHRIST como baixista, pois seu som tem uma atitude que é difícil de ver e ouvir hoje em dia, por causa de bandas que parecem ter um baixista apenas para completar o time, e por causa de "pseudo-baixistas" que acreditam que aprender o que são os sete tons e os semitons seja nível avançado... O cara é bom e mostra seu poder de fogo, ditando com competência as diversas mudanças de tempo que a canção sofre, enquanto M. SHADOWS canta e berra como ninguém, demonstrando ser, sem sombra de dúvidas, um dos melhores "frontmen" da atualidade e, talvez de todos os tempos.
Chega a hora de outra música de trabalho do álbum – e, na minha humilde opinião como músico e fã, a melhor do disco –, e seu nome é "Bat Country". O ritmo é acelerado até ser ignorante e extremamente frenético, e o vocal de M. SHADOWS é exoticamente rítmico, parecendo contribuir com baixo e bateria pelas batidas da canção. As guitarras misturam elementos típicos do Heavy Metal, como bases marcadas, palhetadas fortes e rápidas e alguns riffs mais Hard Rock complementando o trabalho vocal. A mudança no meio é um ótimo susto: fica lenta, com uma guitarra limpa e um vocal malicioso, só para voltar ao peso, os versos iniciais e um solo de guitarra fantástico, onde SYNYSTER GATES mais uma vez demonstra saber usar seu instrumento sem exageros – algo tão comum na música pesada –, abusando das alavancadas apenas porque a música pede por isso. A seguir um segundo solo, com fills de guitarras gêmeas dele e de ZACKY VENGEANCE e base marcada de fundo – outra vez, não tem como não fechar os olhos e imaginar essa parte em muita música do IRON MAIDEN. Entretanto, e apesar dessas explícitas influências, os caras não deixam por menos e sempre mostram isso com identidade, e não copiando, o que contribui para que seu som seja inconfundível e da melhor qualidade.
A quinta canção é "Trashed and Scattered", uma verdadeira paulada na cara. Sem firulas; é bateria rápida, baixo marcado e guitarras melódicas, com o vocal inconfundivelmente agressivo de M. SHADOWS mandando ver. Outra vez JHONNY CHRIST cresce numa canção, pois nas pontes é seu baixo, e somente baixo e bateria, que aparecem e ditam as regras. A banda para quase que bruscamente e vem a sexta canção, que também é uma música de trabalho: "Seize the Day", que conta com um belo videoclipe de divulgação. A pegada é quase pop, o que de maneira alguma compromete a canção. O trabalho instrumental é predominantemente acústico, com alguns emocionantes fills de guitarra, onde é provado que muitas vezes menos é mais – poucas notas que são capazes de fazer muito marmanjo chorar, dependendo da situação em que se ouve a canção. M. SHADOWS mais uma vez se destaca, com seu vocal extremamente limpo e carregado de tristeza, o que torna a música ainda mais verdadeira e maravilhosa. Mais pro final, o clima muda, como se quem escreveu estivesse em total desespero e à beira de um ataque – só ouvindo pra entender o que isso quer dizer. Mas eu garanto: o resultado de tanto desespero é paradoxalmente divino!
A canção "Sidewinder" começa com som de ventos seguido de um fill de guitarras gêmeas que soam como se cantassem um hino. Entra a base trabalhada no melhor estilo METALLICA da época do "...And Justice for All", mas com mais melodia, tornando o trabalho muito característico. "The Wicker End" começa dando um aperto no coração; outra batida tribal, desta vez acompanhada de um baixo pesado, introduzem a canção. Guitarras marcadas e M. SHADOWS berrando sobre assassinato e chances de sobrevivência complementam o pacote, o que torna esta uma das melhores composições da banda neste álbum. Outra relaxada com o simples, mas bonito trabalho de violões que introduz "Strength of the World", que logo é acompanhada por uma maravilhosa orquestração – e pelo menos pra nós, brasileiros, não tem como não lembrar do SHAMAN ouvindo essa pérola que, infelizmente, a banda raramente se lembrou em shows. É lógico que o peso voltaria e o que temos a seguir é uma base marcada, numa canção cheia de riffs e fills, onde a guitarra de SYNYSTER GATES parece cantar junto com seu vocalista. Posso dizer, sem medo de errar, que essa é a canção mais exótica de todo o álbum, o que pode causar certo estranhamento e até rejeição por parte de alguns, mas garanto que é outra bela canção. Vale ressaltar também os backing vocals, que lembram alguns trabalhos do ANTHRAX.
Finalizando o álbum temos "Betrayed" e "M.I.A.". A primeira começa com uma introdução de guitarra que não se parece com quase nada que ouvi antes. É uma canção muito progressiva, pois há peso extremo no início e, do nada, as guitarras soam limpas e vocais sobrepostos ditam o sofrimento da letra da canção. É uma faixa bem "dark" e, pra quem gosta desse estilo de música, é um prato cheio. A segunda canção fecha de vez o álbum, destacando doçura no início e bases pesadas e cavalgadas, bem como marcação e o vocal de M. SHADOWS por vezes agindo sozinho. Não mantém o mesmo nível do álbum como um todo mas não deixa de ser uma boa maneira de fechar esta obra maravilhosa dos tempos atuais.


Créditos: 
whiplash.net

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